Conversa de ônibus
Do que adianta
Em um ônibus lotado
Indo ao emprego apressado
Desejar ter um carro
E entrar na fila que não anda
Não anda, não devido a multidão
Ou à necessidade do trabalho
Mas ao espaço ocupado
Pelo pesado e volumoso carro
Frete de uma única mercadoria cidadão
Muito se reclama do pouco dinheiro
Trabalha-se até ficar estressado
Levando esporro do chefe coitado
Cujo único orgulho é seu filho carro
E seus ex-cravos murchos o dia inteiro
Falta-nos investimentos pros sonhos
Pras viagens, pros jantares de eternos namorados
Milhares, milhões, até mesmo os trocados
São todos jogados aos carros
Aos petroleiros e asfaltos medonhos
Não sei se é papo de pobre
Ou de quem sente sufocado
O canto do pássaros, e se sente atordoado
Pelo rosnar ensurdecedor dos carros
Ocupando todo o ar sem deixar que a música sopre
Abaixo a delirante tirania
Do luxo, do lixo de aço
Frio, vil, viril, macho machucado
Impotente, antifálico, assassino carro
O gozo do mundo é poesia
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