Qual é a real diferença entre a nossa democracia e uma monarquia? Muda o sobre da família pro "sobrenome" do partido. Ou então muda daquela política do café com leite pr'uma política do arroz com feijão, e depois vem o quê? A política da polenta com galinha?
Na monarquia se tinha a impressão de que se gostava da família que reinava, agora nós temos a impressão de que realmente escolhemos alguma coisa. O que reina na política do Brasil não é o poder de argumento, mas de oratória. Não se escolhe quem trabalha melhor, mas quem fala que trabalha melhor.
Sério, a Dilma é filha do Lula. Ela é tipo a "Princesa Lula" nessa monarquia que o PT tá tentando instalar no Brasil, já o PMDB/PSDB (eu não faço diferença) quer justamente o revesamento de poder, a última coisa que eles querem é que essa empresa chamada Brasil funcione, lucre e que ainda dê poder de independência ao trabalhador.
E o principal, o que alimenta tudo isso, são as pessoas burras. Sempre há exceção, mas quem é burro simplesmente não tem senso crítico, se lhe é dito por um médico "coma 10 coxinhas de galinha por dia que te fará bem" a pessoa burra é bem capaz de acreditar pelo simples fato de ter sido dito por um médico. Nesse caso ainda dou alguma razão ao burro por acreditar, porque, teoricamente, o médico estudou muito pra ter esse conhecimento, e por isso ele é autoridade pra recomendar 10 coxinhas de galinha por dia. Na política o caso é um pouco mais grave porque nós acreditamos naquelas pessoas que estudaram tanta política quanto nós, e dão opiniões tão doxais (não epstemológica, não científica) quanto as nossas sobre o que deveria ser feito.
Eu realmente gostaria que um canditatozinho menor se elegesse uma vez, só pra criar uma mínima dialética. Como diz nosso querido canditato a Deputado Federal pelo estado de São Paulo: "Pior que tá não fica" (TIRIRICA, 2010). Alguém tem medo que caso o candidato do PSol ou do PV se torne Presidente da República o Brasil vire uma Etiópia? Pelo menos teríamos experimentado. O povo brasileiro foi criado pra ter muito medo do novo, mas como diz o John Cage: "A maioria das pessoas têm medo de ideias novas, eu tenho medo é das velhas." Fomos criados para nos contentarmos em sermos o camelo do Zaratustra ("Tá ruim, mas tá bom"), pelo menos esses candidatos menores tem um desejo parecido com o do leão do Zaratustra (que diz não pra tudo! Reclama de tudo.), quem sabe um dia nossa política não possa finalmente se tornar a criança (que inventa o novo)?
Enfim, detesto política. E não sou alienado por isso, cada um se interessa e cuida do que se interessa, chamem-me de alienado político que os chamarei de alienados intelectuais, ou artísticos, ou videogamísticos. Se realmente tivesse alguma coisa pra me preocupar, ou se fosse fazer qualquer diferença o meu nível de interesse, quem sabe me interessaria. Mas com tanta gente manipulável fica foda tentar pensar. Justamente pela burrice generalizada no Brasil é a democracia não funciona, porque democracia é um sistema que valoriza a maioria, as minorias são ignoradas na democracia, e as pessoas realmente pensantes nesse país são minoria. Por isso concordo tanto com o exagero do candidato a senador Cristovam Buarque na necessidade de se investir em educação, no dia em que todos tiverem um nível mínimo de discernimento teremos alguma chance de fazer política de verdade nesse paisinho político imundo.
Não sou muito chegado em proibições, faz o país parecer comunista e destrói nossa liberdade, mas acho que seria saudável para o Brasil que fosse proibido coisas como musiquinha de propaganda (convence o eleitor a votar no candidato pelos motivos errados, não pelo argumento, mas pela saturação da informação inútil), carros de som na rua (é simplesmente poluição sonora e não dá nenhuma informação útil, só serve pra saturar o nome e o número do candidato com aquelas músicas ridículas que nem ao menos tentam argumentar alguma coisa de política), aquelas placas de rua (se eu quiser fazer um cartaz da minha banda e contratar algum otário ficar lá guardando é legal? Ou só político tem o direito de usar das pessoas pra se promover de forma inargumentada?), panfletagem na rua e sem nada escrito na parte de trás (os panfletos deveriam ser dispostos em locais públicos legais para que os eleitores pegassem porque realmente querem, e deveria atrás está escrito o argumento político do candidato, e não a indicação de como se vota), e por fim deveria ser proibido qualquer propaganda eleitoral fora do horário eleitoral (é campanha injusta contra aquelas menos abonadas). E nós, eleitores, deveríamos ter a mínima noção de estarmos sendo convencidos pelo photoshop do dinheiro, e não pelo argumento, razão, e habilidade política dos candidatos.
ABOUT THE AUTHOR

Hello We are OddThemes, Our name came from the fact that we are UNIQUE. We specialize in designing premium looking fully customizable highly responsive blogger templates. We at OddThemes do carry a philosophy that: Nothing Is Impossible
1 comentários:
Poxa, concordo com tudo.
Fiz meu título de eleitor para votar no Cristovam, numa época que era mais engajada politicamente, porque foi o único candidato que fez um discurso que fez sentido até hoje.
Estava agora mesmo reclamando da política no twitter (sobre falta de coerência) e pensando a respeito de tudo isso. Muito bom ler esse texto.
Postar um comentário