Home
Archive for
julho 2013
frrrio
nunca vi
um frio
tão assim
em floripa
até a lua
cheia está
meio coberta
as estrelas
tadinhas
tão escondidas
do frio
os pés
feito
picolés
se lambem
se derretem
noutros pés
um frio
tão assim
em floripa
até a lua
cheia está
meio coberta
as estrelas
tadinhas
tão escondidas
do frio
os pés
feito
picolés
se lambem
se derretem
noutros pés
Andy Kaufmann na HBO nos anos oitenta, fazendo um show de imporvisacao. (desculpem-nos, estamos sem cedilha). saramagico.
Ja nos anos oitenta o artista, que preferia nao ser chamado de humorista, dizia que queria despertar emociones reais nos espectadores, e nao somente fazer comedia, mas tambem fazer sentir raiva, pena, tristeza, e o que mais devir. Nessa apresentacao, Andy faz um numero com tambores como se ele fosse um sujeito de outra cultura, inclusive cantarola em outra lingua numa especie de blablacao - nao parece ser uma lingua que exista.
Kaufmann, de repente, chama o publico para cantar consigo, nisso para de cantar e comeca a conversar com o publico nessa `lingua` inventada (numa especie de devir fala, sem verbo, mas com entonacao, com gestos, com intencoes reais). As falhas na comunicacao sao logo percebidas pelo novo personagem encarnado pelo Andy. Ele se percebe desentendido, comeca, entao, a direcionar seus gestos para uma pessoa especifica no publico; entao, essa pessoa se percebe desentendendo a linguagem do andy - que por mais inventada que seja, ele e' firme, preciso na fala, ele consegue desviar-se dos juizos da esquize do olhar do publico: corpo sem orgaos.
Ao final do video, Andy toca um ...
Cidade chata
Florianópolis é uma cidade chata
Só tem ônibus e gente
Chata.
Até tem, em Floripa
Os melhores músicos do mundo
Até tem, na Trindade
Das melhores universdades do mundo
Até tem, na Armação
na Daniela, na Solidão
na Barra, no Ribeirão
na Beira-mar, na do Cagão
nas mais lindas praias
As mulheres do mundo.
Mas no global
Florianópolis é chata
Fina lisa escorregadia
Astuta careta antiquada
Monárquica do pior tipo.
Mas tudo bem porque a realeza já está velha
Daqui a pouco morre.
Só tem ônibus e gente
Chata.
Até tem, em Floripa
Os melhores músicos do mundo
Até tem, na Trindade
Das melhores universdades do mundo
Até tem, na Armação
na Daniela, na Solidão
na Barra, no Ribeirão
na Beira-mar, na do Cagão
nas mais lindas praias
As mulheres do mundo.
Mas no global
Florianópolis é chata
Fina lisa escorregadia
Astuta careta antiquada
Monárquica do pior tipo.
Mas tudo bem porque a realeza já está velha
Daqui a pouco morre.
Dois espelhos, duas pias, distantes entre si.
Conheci uma menina em São Paulo. Fomos até a casa de uma amiga dela dormir. A casa era grande, antiga, chão de pedra, dois andares. Dormimos num quarto grande, de sei lá quem, só tinha uma cama de casal, um guarda roupa de duas portas, e uma mesa grande, de madeira, ainda assim tinha muito chão sobrando. Me chamou muito a atenção foi o banheiro desta casa. Muito grande também. Chão de um marrom quase laranja, cor de barro, paredes beje, cor de areia clara, certo tom de amarelo, meio papel velho. Um box, a um canto, bem apertadinho, ao lado, a privada, bem aprtadinha também, e em frente deles e a pia e o espelho, por entre um chãozão comprido, vazio, espaço suficiente pra se girar de braços abertos. A pia tinha uma altura normal, mas o espelho não ficava exatamente acima da pia, em frente ao rosto de quem usa a pia. Por que? Fiquei contente até, certo aliviado, pois que não gosto de olhar aquele olho vazio que se diz ser meu, aquele olho sem olhar, já que o olhar vem de cá do meu olho, e aquele ali que me vê do outro lado do espelho na realidade não me vê, e essa não coisa, não entidade, que tem olho, mas não vê, e que se propõe passar por mim, esse aí, detesto ficar olhando, por isso gostei do espelho, na altura certa, mas bem ao lado equerdo da pia. Era necessário me desviar uns três passos pra esquerda até colocar minha cara na frente daquele espelho.
Fiquei encantado com o banheiro da casa.
Fiquei encantado com o banheiro da casa.
A garota com quem dormi, uma linda morena de pele clara, olhos escuros, boca pequena e macina, cabelos finos ondulados, seios fartos, suculentos, pernas grossas, fortes, de um beijo habilidoso tal que... de boa fala, voz grave, firme, inteligente, cantora e ainda toca violão; gostou até de uma música minha que, em época ainda estava incompleta, mas terminada cheguei a dedicá-la a essa menina, chamei "Buquê de Gabiroba", mas acho que ela nunca ouvirá a música. Esse é um problema das relações casuais, falta continuidade da intimidade; também é um grandes charme, mas nos dá uma angústia urgente: se relacionar com algém que se sabe que nunca mais verá novamente, é sentir a ausência de uma presença, quase como o contrário da falta e do princípio do desejo de Freud. A dona da casa, uma menina baixa, linda, de olhar sereno, olhos claros, azuis ou verdes, mas claros e fundos, cabelos claros, como que louros ou castanhos bem claros, mais grossos que o de sua amiga, talvez por isso o usasse curto, talvez tivesse corte mais curto que os meu, batido, feito à maquina. Vestia roupas leves, coloridas, não usava jeans nem t-shirt, sandálias de couro ou outro material, que não lona ou outras borrachas esquisitas. Elas se conheciam há poucos dias, talvez semanas, mas não mais que meses, não eram tão próximas; eu as conheci ali, naquele sábado, e depois do domingo seguinte nunca mais as vi.
Fico com saudade. Sempre dá saudade.
Por que me veio isso agora à mente? Meses depois? Ontem conheci a casa de uma amiga nova, e o banheiro é exatamente igual ao da casa em SP. Grande, azuleijado em escalas de um mesmo tom, box e privada do mesmo lado, apertadinhos, um chão imenso os divide da pia e do espelho, e a pia e o espelho: dividos. Será que existe mesmo algum tipo de padrão arquitetônico que empatize com minha angústia perante escovar os dentes olhando para o tal mim mesmo? Será que algum dia, se cuturalizou essa mania, via algum rei que sentia o que sinto, que deu ordens pra que construíssem banheiros assim por todo o reino, e devido seu carisma e retórica, convenceu todo um grupo de gentes a usar a pia e o espelho separados de si? Ou será que de São Paulo à Floranópolis existe um erro algorítmico no trabaho de mestres de obra e pedreiros, fazendo duas casas distantes entre si se coincidirem dessa maneira, e se revelarem através de mim?
Fico com saudade. Sempre dá saudade.
Por que me veio isso agora à mente? Meses depois? Ontem conheci a casa de uma amiga nova, e o banheiro é exatamente igual ao da casa em SP. Grande, azuleijado em escalas de um mesmo tom, box e privada do mesmo lado, apertadinhos, um chão imenso os divide da pia e do espelho, e a pia e o espelho: dividos. Será que existe mesmo algum tipo de padrão arquitetônico que empatize com minha angústia perante escovar os dentes olhando para o tal mim mesmo? Será que algum dia, se cuturalizou essa mania, via algum rei que sentia o que sinto, que deu ordens pra que construíssem banheiros assim por todo o reino, e devido seu carisma e retórica, convenceu todo um grupo de gentes a usar a pia e o espelho separados de si? Ou será que de São Paulo à Floranópolis existe um erro algorítmico no trabaho de mestres de obra e pedreiros, fazendo duas casas distantes entre si se coincidirem dessa maneira, e se revelarem através de mim?
No mais, o que me importa, fico feliz em conhecer os banheiros das amigas, é muita intimidade.
Cultura
I
A vacina é a doença mais fraca
A aspirina, uma droga barata
A fumaça do tabaco não chapa
Nossas crianças mamam tetas de vaca
Ainda tem índio que não é brasileiro
E brasileiro que ainda é estrangeiro
Gaúcho no Rio de Janeiro
Nordestinos desse mundo inteiro
Papai mamãe acreditam na escola
Além da esmola, se aprende a jogar bola
E matemágica, coelho da cartola
Pra caixola, por/que cai na prova(?)
A televisão fala daquilo que sabe
O filósofo diz que nada sabe
A ciência diz que tudo é verdade
A poesia tigre dente de sabre
Quem comprou carro quer chegar bem mais rápido
Quem vai de bike, não se dá ao trabalho
Dentro do ônibus quarenta palhaços
Fazem fila, deixam às mãos os trocados
O médico tem poder de cura
Tira doença, faz sumir a loucura
O stress da tarde, quem é que atura?
A corcunda do camelo é cultura
II
Fungo na merda é cultura
A língua francesa é cultura
Clitorectamia é cultura.
Circuncisão, circo, pão,
rir ou não, chamar de Rio Jordão,
Rio, Japão.
Comer parente,
comprar presente
à juros futuro,
passado, muro
Medo de tudo,
do incesto, irmão
Ladrão, do capitão,
cada qual seu quinhão.
III
O mesmo bicho
por todos os lados
nenhum repetido
senão são trocados
por poucos trocados.
A vacina é a doença mais fraca
A aspirina, uma droga barata
A fumaça do tabaco não chapa
Nossas crianças mamam tetas de vaca
Ainda tem índio que não é brasileiro
E brasileiro que ainda é estrangeiro
Gaúcho no Rio de Janeiro
Nordestinos desse mundo inteiro
Papai mamãe acreditam na escola
Além da esmola, se aprende a jogar bola
E matemágica, coelho da cartola
Pra caixola, por/que cai na prova(?)
A televisão fala daquilo que sabe
O filósofo diz que nada sabe
A ciência diz que tudo é verdade
A poesia tigre dente de sabre
Quem comprou carro quer chegar bem mais rápido
Quem vai de bike, não se dá ao trabalho
Dentro do ônibus quarenta palhaços
Fazem fila, deixam às mãos os trocados
O médico tem poder de cura
Tira doença, faz sumir a loucura
O stress da tarde, quem é que atura?
A corcunda do camelo é cultura
II
Fungo na merda é cultura
A língua francesa é cultura
Clitorectamia é cultura.
Circuncisão, circo, pão,
rir ou não, chamar de Rio Jordão,
Rio, Japão.
Comer parente,
comprar presente
à juros futuro,
passado, muro
Medo de tudo,
do incesto, irmão
Ladrão, do capitão,
cada qual seu quinhão.
III
O mesmo bicho
por todos os lados
nenhum repetido
senão são trocados
por poucos trocados.
Função do psicólogo de RH
Co
locar o hom
em
certo
No
lugar
in
locar o hom
em
certo
No
lugar
in
Assinar:
Postagens
(
Atom
)