Homem Barata
Apesar de todos os problemas, toda aquela destruição, gente caída, morta, Jonas Aranhas insistia em ir pra faculdade estudar, pois sabia que aquilo não poderia durar para sempre. A guerra já vinha acontecendo desde Janeiro, e por mais que soubesse que a Primeira e a Segunda Guerra Mundial duraram alguns anos cada, tinha uma certa esperança - boba, talvez - de que as pessoas poderosas tinham um pouquinho mais de juízo, apesar de toda a merda que já estava acontecendo.
Desde que a crise financeira estourou em 2008, o mundo foi se abalando, meio desestruturado, mas insistindo em manter a forma de produção capitalista. O homem mais poderoso do mundo, Barak Obama, resistiu ao máximo que isso acontecesse, mas, com um discurso muito bem maquiado, foi obrigado a admitir que Os Estados Unidos da América se mantêm a custo da indústria bélica, e em Janeiro de 2012 declarou guerra ao Brasil, China e outros países da América Latina e Ásia, em união com Inglaterra, Alemanha, Canadá, e esses outros países que sempre se acharam donos do mundo.
A Universidade se encontrava surpreendentemente inteira, e pouco que estava destruído havia sido mais por causa de atos vândalos do que diretamente da guerra. Apesar de estudar Psicologia, Jonas gostava de frequentas os laboratórios de biologia, ver os animais exóticos, fotografia dos animais extintos, e o que mais gostava, visitar a ala dos animais geneticamente modificados. Quando chegou lá, viu o chefe do departamento de Biologia sentado ao meio de destroços de vidro e concreto, com a cabeça entre os braços cruzados em volta do joelho, quase em posição fetal. Jonas ficou sabendo que simpatizantes da causa estadunidense haviam entrado ali e destruído tudo o possível, porque o mundo precisava que os Estados Unidos voltassem a ser a mesma potência de sempre, caso contrário estáriamos na iminência de uma revolução socialista patrocinada pela China.
Jonas, como muitos dos estudantes do mundo, estava desesperançoso, cansado de toda essa palhaçada, essa droga de briga por poder e dinheiro. Não que acreditasse em socialismo, comunismo, igualdade pra todos e essas baboseiras antiquadas, mas acha engraçado como as pessoas, que deveriam ter percebido o quanto tudo funciona muito mais harmoniosamente quando se há cooperação, compaixão, amizade, enfim, sentimentos bons uns com os outros, insisttem em passar por cima dos outros, usar os outros pra se conseguir mais dinheiro e poder. E pra quê? Ah, como ele queria saber! Vivia tão bem com sua vida tediosa de aula, mãe, pai, amigos, namoradas, festas, estudos... como podia alguém não gostar disso? Um dos grandes motivos o qual o fez optar por psicologia na vida acadêmica e profissional.
Não tendo muito o que falar para o probre e miserável professor, acenou ao homem, tentou fingir um sorriso de simpatia e se virou para ir embora. Notou enquanto voltava que haviam baratas espalhadas por ali, vivas, e apesar de todo o nojo que semrpe depositou nestes inúteis animais, foi obrigado a despejar raiva sobre uma delas. Se jogassem uma bomba aqui, elas sobreviveriam de qualquer jeito, pensou. Levantou a perna, fez força pra matar o bixo, e pisou. Tirou o pé do chão novamente, mas não havia nada ali. Até que ficou contente por não ter matado a barata, coitada não tinha nada a ver com o rolo todo, com a raiva do garoto, mas ficou irritado por nem matar uma barata ter conseguido.
Continuou seguindo seu rumo. Que rumo? Não importava, mas seguiu mesmo assim. Abaixou-se para coçar a canela, e tocou em algo volumoso por debaixo da calça. Era a maldita barata. No susto, uma das criauras critou e estapeou, e a outra mordeu a carne do gigante bípede. Só deu tempo de tirar aquele animal asqueroso da perna quando notou ao longe o clarão. O tão esperado clarão. Não que fosse um sinal de Deus, ou coisa do tipo, mas aqueles destroços voadores lhe davam uma idéia de fim. fim da guerra, fim da cidade, fim da vida, fim da preocupação. Isso o deixava muito contente, pois todo o fim deve ser seguido de um começo.
Desde que a crise financeira estourou em 2008, o mundo foi se abalando, meio desestruturado, mas insistindo em manter a forma de produção capitalista. O homem mais poderoso do mundo, Barak Obama, resistiu ao máximo que isso acontecesse, mas, com um discurso muito bem maquiado, foi obrigado a admitir que Os Estados Unidos da América se mantêm a custo da indústria bélica, e em Janeiro de 2012 declarou guerra ao Brasil, China e outros países da América Latina e Ásia, em união com Inglaterra, Alemanha, Canadá, e esses outros países que sempre se acharam donos do mundo.
A Universidade se encontrava surpreendentemente inteira, e pouco que estava destruído havia sido mais por causa de atos vândalos do que diretamente da guerra. Apesar de estudar Psicologia, Jonas gostava de frequentas os laboratórios de biologia, ver os animais exóticos, fotografia dos animais extintos, e o que mais gostava, visitar a ala dos animais geneticamente modificados. Quando chegou lá, viu o chefe do departamento de Biologia sentado ao meio de destroços de vidro e concreto, com a cabeça entre os braços cruzados em volta do joelho, quase em posição fetal. Jonas ficou sabendo que simpatizantes da causa estadunidense haviam entrado ali e destruído tudo o possível, porque o mundo precisava que os Estados Unidos voltassem a ser a mesma potência de sempre, caso contrário estáriamos na iminência de uma revolução socialista patrocinada pela China.
Jonas, como muitos dos estudantes do mundo, estava desesperançoso, cansado de toda essa palhaçada, essa droga de briga por poder e dinheiro. Não que acreditasse em socialismo, comunismo, igualdade pra todos e essas baboseiras antiquadas, mas acha engraçado como as pessoas, que deveriam ter percebido o quanto tudo funciona muito mais harmoniosamente quando se há cooperação, compaixão, amizade, enfim, sentimentos bons uns com os outros, insisttem em passar por cima dos outros, usar os outros pra se conseguir mais dinheiro e poder. E pra quê? Ah, como ele queria saber! Vivia tão bem com sua vida tediosa de aula, mãe, pai, amigos, namoradas, festas, estudos... como podia alguém não gostar disso? Um dos grandes motivos o qual o fez optar por psicologia na vida acadêmica e profissional.
Não tendo muito o que falar para o probre e miserável professor, acenou ao homem, tentou fingir um sorriso de simpatia e se virou para ir embora. Notou enquanto voltava que haviam baratas espalhadas por ali, vivas, e apesar de todo o nojo que semrpe depositou nestes inúteis animais, foi obrigado a despejar raiva sobre uma delas. Se jogassem uma bomba aqui, elas sobreviveriam de qualquer jeito, pensou. Levantou a perna, fez força pra matar o bixo, e pisou. Tirou o pé do chão novamente, mas não havia nada ali. Até que ficou contente por não ter matado a barata, coitada não tinha nada a ver com o rolo todo, com a raiva do garoto, mas ficou irritado por nem matar uma barata ter conseguido.
Continuou seguindo seu rumo. Que rumo? Não importava, mas seguiu mesmo assim. Abaixou-se para coçar a canela, e tocou em algo volumoso por debaixo da calça. Era a maldita barata. No susto, uma das criauras critou e estapeou, e a outra mordeu a carne do gigante bípede. Só deu tempo de tirar aquele animal asqueroso da perna quando notou ao longe o clarão. O tão esperado clarão. Não que fosse um sinal de Deus, ou coisa do tipo, mas aqueles destroços voadores lhe davam uma idéia de fim. fim da guerra, fim da cidade, fim da vida, fim da preocupação. Isso o deixava muito contente, pois todo o fim deve ser seguido de um começo.