Archive for 2008

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Eu gosto de Natal, além dos presentes me faz notar que o ano já está acabando, e percebendo que o ano já está acabando m dá vontade de notar melhor nas coisas boas, ruins, ou simplesmente coisas, que me aconteceram esse ano, e também me preparar, meio que planejar, no mínimo desejar as coisas boas, ruins, ou simplesmente coisas pro ano que vem.
Porém, apesar de gostar de Natal, acho-o uma data muito maquiada. Essa coisa de família unida, feliz, e que todo mundo adora comer peru recheado é tudo uma baboseira, mas linda e que deve ser conservada para mais toda a eternidade, porque pelo menos nesta data todo mundo finge, e acaba por de fato, gostar, adorar e amar um ao outro.
Este Natal aconteceu uma coisa engraçada comigo - foi o primeiro, dos quais consigo me lembrar, que não passei com a família inteira e na casa de minha tia rica, mas foi bastante interessante e legal. Não comemos peru, e melhor, eu pude opinar e acabamos por comer o que eu escolhi! Camarão na moranga. Ô, trem bão. Com direito à batata palha e nenhum parente bêbado chato. Por sinal, nem álcool tinha neste Natal. Legal também por que consegui passar parte com minha namorada, parte com minah família materna e ainda visitei meus tios por parte de pai. Levei até minha aó pra casa dos meus tios! Foi demais, ainda bem que o João tirou foto pra posteridade - eu, meu pai, tia Vânia, vó Ivete e sogra do João na mesma fotografia.
Mas o que u gosto realmente do Natal é a idéia de que o revellion está chegando. Acho o revellion uma data muito mais sincera, não se é "obrigado" a passar com a família, nada de peru recheado, costuma envolver gente emocionada, excitada e feliz de estar ali. Todos pensando em, futuro, passado, mas curtindo o presente. Não sei bem por quê, mas costumo me emocionar um bocado nas viradas de ano. Não sei se são os fogos, as pessoas, a gritaceira, só sei que há anos eu choro em revellio, sempre tentei pensar em por que, mas nunca cheguei a uma conclusão. Quer dizer, todo ano eu chego, mas em uma diferente da outra. Deve haver um motivo maior. Sei lá, essas coisas de lua, signos, os chineses, só sei quea doro o revellion. Apesar, sempre há um apesar, de não gostar dos bêbados e nem do barulho dos fogos de artifício.

Ah! Esses dias eu vi uma estrela cadente. Sabiam que eu nunca tinha visto uma estrela cadente? Pois é, agora tenho certeza de que meus sonhos vão se realizar.

Apesar de todos os problemas, toda aquela destruição, gente caída, morta, Jonas Aranhas insistia em ir pra faculdade estudar, pois sabia que aquilo não poderia durar para sempre. A guerra já vinha acontecendo desde Janeiro, e por mais que soubesse que a Primeira e a Segunda Guerra Mundial duraram alguns anos cada, tinha uma certa esperança - boba, talvez - de que as pessoas poderosas tinham um pouquinho mais de juízo, apesar de toda a merda que já estava acontecendo.
Desde que a crise financeira estourou em 2008, o mundo foi se abalando, meio desestruturado, mas insistindo em manter a forma de produção capitalista. O homem mais poderoso do mundo, Barak Obama, resistiu ao máximo que isso acontecesse, mas, com um discurso muito bem maquiado, foi obrigado a admitir que Os Estados Unidos da América se mantêm a custo da indústria bélica, e em Janeiro de 2012 declarou guerra ao Brasil, China e outros países da América Latina e Ásia, em união com Inglaterra, Alemanha, Canadá, e esses outros países que sempre se acharam donos do mundo.
A Universidade se encontrava surpreendentemente inteira, e pouco que estava destruído havia sido mais por causa de atos vândalos do que diretamente da guerra. Apesar de estudar Psicologia, Jonas gostava de frequentas os laboratórios de biologia, ver os animais exóticos, fotografia dos animais extintos, e o que mais gostava, visitar a ala dos animais geneticamente modificados. Quando chegou lá, viu o chefe do departamento de Biologia sentado ao meio de destroços de vidro e concreto, com a cabeça entre os braços cruzados em volta do joelho, quase em posição fetal. Jonas ficou sabendo que simpatizantes da causa estadunidense haviam entrado ali e destruído tudo o possível, porque o mundo precisava que os Estados Unidos voltassem a ser a mesma potência de sempre, caso contrário estáriamos na iminência de uma revolução socialista patrocinada pela China.
Jonas, como muitos dos estudantes do mundo, estava desesperançoso, cansado de toda essa palhaçada, essa droga de briga por poder e dinheiro. Não que acreditasse em socialismo, comunismo, igualdade pra todos e essas baboseiras antiquadas, mas acha engraçado como as pessoas, que deveriam ter percebido o quanto tudo funciona muito mais harmoniosamente quando se há cooperação, compaixão, amizade, enfim, sentimentos bons uns com os outros, insisttem em passar por cima dos outros, usar os outros pra se conseguir mais dinheiro e poder. E pra quê? Ah, como ele queria saber! Vivia tão bem com sua vida tediosa de aula, mãe, pai, amigos, namoradas, festas, estudos... como podia alguém não gostar disso? Um dos grandes motivos o qual o fez optar por psicologia na vida acadêmica e profissional.
Não tendo muito o que falar para o probre e miserável professor, acenou ao homem, tentou fingir um sorriso de simpatia e se virou para ir embora. Notou enquanto voltava que haviam baratas espalhadas por ali, vivas, e apesar de todo o nojo que semrpe depositou nestes inúteis animais, foi obrigado a despejar raiva sobre uma delas. Se jogassem uma bomba aqui, elas sobreviveriam de qualquer jeito, pensou. Levantou a perna, fez força pra matar o bixo, e pisou. Tirou o pé do chão novamente, mas não havia nada ali. Até que ficou contente por não ter matado a barata, coitada não tinha nada a ver com o rolo todo, com a raiva do garoto, mas ficou irritado por nem matar uma barata ter conseguido.
Continuou seguindo seu rumo. Que rumo? Não importava, mas seguiu mesmo assim. Abaixou-se para coçar a canela, e tocou em algo volumoso por debaixo da calça. Era a maldita barata. No susto, uma das criauras critou e estapeou, e a outra mordeu a carne do gigante bípede. Só deu tempo de tirar aquele animal asqueroso da perna quando notou ao longe o clarão. O tão esperado clarão. Não que fosse um sinal de Deus, ou coisa do tipo, mas aqueles destroços voadores lhe davam uma idéia de fim. fim da guerra, fim da cidade, fim da vida, fim da preocupação. Isso o deixava muito contente, pois todo o fim deve ser seguido de um começo.

Olhó! Nem tinha reparado.
Mas sabe o que é? Uma coisa triste até, na realidade. Como me sinto bem comigo, parece desinteressante desabafar - até porque tenho como princípio que o desabafo descarrega, eu não quero me descarregard e tanta coisa boa -, aí eu acabo queendo falar de outras coisas, outras pessoas, e coisas e pessoas engraçadas.
Essa vida já anda tão cheia de desgraça, né?

Quinta-feira, até umas 17 ou 18 horas, minha única preocupação era ir à casa do Bernardo, ensaiar, dormir, acordar no dia seguinte e continuar minha tão feliz rotina. No entanto, um convite inusitado meio me abalar.
- Vamos pra Beinal? Hoje. - Caramba! Como assim? Eu ficava pensando. Tenho tanta coisa pra fazer... eu acho. Ou não.
Depois de alguma insistência por parte de minha viajante solitária namorada eu, óbvio, cedi.
Pô, de graça pra São Paulo? Não sei nem como pensei duas vezes.

Lá visitamos - depois de 4 metrôs, cerca de 2 horas correndo sobre os trilhos - a exposição da Regina Silveira. Algo sobre pragas, havia insetos impressos por todos os lados, cerâmicas enfeitadas de insetos.
Não sei bem, às vezes acho que não entendo de arte, mas eu pensei três coisas vendo aquilo - que é meio chato; que nós somos uma praga tanto quanto formigas nos pratos e moscas no banheiro; que nós somos muito nojentinhos.
Visitamos a Liberdade, vimos gente estranha, japonesa e comemos Melona.
Por fim visitamos a Bienal. no segundo andar da Bienal tinha o tal do espaço vazio, muitíssimo interessante aquilo. Era, simplesmente, um andar inteiro e gigante vazio. A Noara até me fez refletir dizendo algo como - bom mesmo esse espaço vazio, porque talvez estivesse poluído de coisas, mas ninguém visse nada, agora ao menos ninguém vê nada porque não tem nada mesmo.
No terceiro andar até tinha coisa pra ver. minto, pra ler. Pouquíssimas coisas pra se ver e refletir, ou sentir, ou seja lá o que a arte pretende, mas muita coisa pra ler, ler, ler e ler. Tinha uns vídeos também, atolados de filosofia e coisas que requisitavam algum conhecimento prévio.

Mas valeu a viagem, gostei de conhecer a Karina - prima da Nono -, o Thor - nunca pensei que fosse me dar bem com um rottweiler com uma cabeça maior que a minha.biena

Por quê!? Por que quando estamos de bem parece que a inspiração some? Será que nos tornamos insensíveis? Ou será que a sensibilidade que a tristeza nos causa é justamente pra captar a alegria no ar e por isso quando estamos de bem não sentimos tanta coisa. Falando assim parece que sentir felicidade não é sentir. Por que eu tenho essa idéia de que sensível é aquele que chora? Sou muito sensível por rir. Captar a graciosidade, beleza, humor e tudo o que hjá de positivo a minha volta também é sensibilidade.
Queria encontrar palavras pra descrever minha satisfação com quase tudo o que está a minha volta. Parece que finalmente estou conseguindo pesar as coisas pro lado bom.
Uma criança, com menos de 7 anos, corre prá lá e prá cá de alegria, de ingenuidade. Aí, neg-ase um presente pra ela. No momento em que o mimo é negado, o mundo cai, tudo vira uma droga, porque a única coisa que ela quer é aquele joguinho. Poucos instantes depois lá está ela de novo, rindo, correndo de alegria pra lá e pra cá. Por que os adultos não fazem mais isso? Por mais que existam coisas boas na vida de um adulto, quaqluer mínima coisa ruim que lhe acontece faz com que as maravilhas ao redor sumam, percam importância.
Não tou me dedicando aos estudos tanto quanto vejo meus colegas, mas não acho que estou me dedicando pouco, que seja um vagabundo e que por isso vá me tornar um mau profissional. O que está acontecendo comigo é que estou respeitando a velocidade do meu interesse, não me adianta forçar a estudar coisas que me parecem inúteis e tentar torná-las úteis, quero que o interesse e o conteúdo me venha. Pergunte-me sobre Beatles, sobre harmonia musical, sobre video game e veja se não lhe respondo entusiasticamente? Porque me interessa, o conhecimento me penetra sem que eu tenha que me enxer de vaselina, a lubrificação é natural, e a penetração prazerosa. Não tou preocupado, mas eu gostaria de ter mais estabilidade, principalmente financeira, para poder gozar mais dessa minha preguiça produtiva.

Suponhamos que muito nas antigas existissem 2 raças diferentes de humanos: uma era monogâmica, prefiria ter poucos filhos, até para poderem cuidar melhor, homens e mulheres igualmente caseiros e/ou caçadores e só copulavam no período fértil da fêmea, praticamente só para procriar; a outra raça era cafageste, poligâmica, faziam sexo o tempo todo, idependente de a fêmea estar no período fértil ou não, tinham filhos adoidados, ignorando se os filhotes acabariam bem cuidados, homens saíam pra caçar, viver a vida solitariamente e as mulheres, obrigadas a carregar o filhote por 9 meses, ficavam, na maioria das vezes, cuidando da prole. Ambas as raças tinham as mesmas facilidades e dificuldadees para fecundar e desenvolver o feto, um filhote a cada 9 meses - salve raras excessões - a mesma quantidade de esperma, de óvulos, úteros, tudo.
No decorrer dos séculos, qual das duas será que teve mais chances de perpetuação e permanência no mundo? A etologia supõe que nós sejamos decedentes dessa raça cafagesta de humanos, que temos natureza poligâmica e nos preocupamos mais com a perpetuação da espécia do que com o cuidado e carinho com o próximo.
Então, por isso, nós temos, digamos assim, o instinto cafageste em nós - não falo só dos homens -, no entanto a fêmea, como é quem carrega o filhote durante os 9 meses tem a certeza que o filhote é seu, coisa que não acontece com o homem.
Além da vontade de perpetuação de espécie, os animais tem um desejo individual de que os seus genes sejam os a originar as próximas gerações, todos nós, no nosso mais íntimo, achamos que a nossa carga genética é a mais apropriada para perpertuar nesse mundo.
Imaginemos uma sociedade completamente despirocada na qual todo mundo transa com todo mundo. O único jeito de o macho ter certeza de que o filhote é seu é privando a fêmea de copular com outrtos machos. Ciúmes.
E, imaginemos uma outra situação. Digamos que o mundo está para acabar, e só sobraram, em certa ilha, 100 homens e uma mulher. Quanto filhos poderá haver por ano nessa ilha? Agora pensem na situação contrária, 1 homem com 100 mulheres, quantos filhotes? Se pensar em perpetuação de espécie - o insinto mais primitivo dos seres - o homem carrega o poder de fertilização, e por isso ele tem o sonho poligâmico. Deevido toda a estrutura monogâmica instalada pela nossa cultura sexual vigente o homem teve de criar meios de satisfazer essa vontade poligâmica. Pornografia.

Eu deveria dissertar melhor e dar veracidade ao meu texto com fontes e citações de autyores renomados, mas garanto que a maior parte do conteúdo citado faz parte da Psicologia Evolutiva e da Psicanálise.
Não defendo a poligamia nem acho o ciúme louco uma coisa saaudável, só quis mostrar que há uma explicação para tais emoções e o casal tem que saber trabalhar esses sentimentos, porque eles são fatos, existem e não adianta simplesmente querer privar de forma autoritária, mas sim de discutida, conversada e, principalmente gozada.

Para que pudesse viver uma vida real ela pediu para sua mãe pôr senha no computador, para que assim ela não usasse mais o computador e se obrigasse a se distanciar do mundo virtual. Havia algum tempo que suas amizades eram quase que exclusivamente virtuais, e mesmo essas eram muito recentes, ela não tinha nenhum amigo de longa data, por isso fez esse pedido a sua mãe.
No primeiro dia ela estava indo bem, até se ouvia ela conversando com algumas amigas pelo telefone se gabando do feito.
- Pedi pra minha mãe pôr senha no computador. - dizia ela para uma de suas amigas - Quero fazer novas amizades!
No entanto no dia seguinte ela ficou sabendo de alghuma coisa sbre seu ex-namorado - um antigo relacionamento problemático, conturbado, cheio de proibições, brigas, ciumes, coisas de um relacionamento nada saudável - e quis averiguar e, para isso, precisava usar a internet.
- Não, tu não vai mexer no computador. - retrucava sua mãe ao pedido de apenas uma olhadela na página pessoal do garoto.
A garota insistia e insistia, sua mãe sempre negando e argumentando para que ela não sentasse a mesa do computador. Mas a menina começou a ficar nervosa, e a aumentar o tom de voz, e empouco tempo estava gritando, esperneando, batendo nas paredes, jogando coisas no chão.
Era assustador, pareia que estava sendo lidado com um viciado em alguma coisa muito forte. Não se sabia mais se era por causa do computador ou por causa do ex-namorado, ou se pelos dois.
Ela gritou mais e mais. Daqui a pouco mudava a feição e vinha calmamente falar com sua mãe pedindo para usar somente uma única vez, como que para conquistar a simpatia e a piedade. Mesmo assim a mãe se manteve contra, afinal aquela cena tinha sido assutadora, alguma coisa precisava ser feita sobre esse vício louco.
Em pouco tempo a menina xingava o irmão, falando sobre como ele era debochado e como odiava tudo aquilo e ele. Ah... há quanto tempo ela queria dizer tudo isso! Ele nunca tinha parado pra pensar no quanto aquilo poderia o magoar, e como o magoou.

Los Hermanos é uma droga. Caramba, eles têm fãs! Isso é um absurdo! E sabe o que é pior? Os fãs têm tods um estilinho parecido, isso nunca teria acontecido com o movimento punk, grunge, ou hippie.
Mas a banda é mesmo uma merda. Ele lançaram aquele primeiro CD com duas músicas altamente comerciais, e outras que misturavam o punk rock com letras bonitinhas; Que absurdo! Como é que pode uma banda querer vender? Isso não deveria ser permitido. Além do mais, nos discos seguintes ele smudaram completamente o estilo deles, é inaceitável que eles não toquem mais "Ana Júlia", tem tudo a ver com "É de Lágrima", dava pra, muto bem, pô no mesmo repertório. E os fãs? Não é um absurdo os fãs não gostarem de "Ana Júlia"? Afinal, é da mesma banda. Tudo bem que são completamente diferentes, como se fosse outra banda, mas é a mesma! E por isso todos os fãs têm que gostar. A mesma coisa serve pra silverchair que não é mais grunge.
E qual é a da barba? Que coisa mais ridícula a banda querer criar um estilo próprio, uma marca registrada, talvez. Claro que ninguém tem certeza se foi combinado, mas se foi, é ridículo. Só Os Beatles podiam fazer isso! Mais ninguém. Os Beatles só usaram todos os 4 os cabelos abaixados com franja numa época em que todos usavam topetes, eles não queriam ser diferentes, alternativo, eles eram originais! E geniais! Nenhuma outra banda pode querer fazer nada mais ou menos parecido.
E essa hitória de misturar samba com rock? Que coisa mais idiota. Quem eles querem se achar? O Chico Buarque do rock n roll? Porque é inaceitável uma banda querer pegar o que já existe e tentar dar uma roupagem diferente, misturar com rock, distorção, efeitos... Eles só estão fazendo isso pra vender, na realidade eles odeiam as próprias músicas, mas eles querem agradar os fãs cults e ganhar milhões de Dólares vendendo seus discos.
E tem pior! Porque eles nem tocavam tão bem! John Lennon, Johnny Ramone e Kurt Cobain eram grande guitarristas, mas Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante são muito ruins! E as dancinhas do Amarante, que coisa mais ridícula! Onde já se vi? Dançar e se sacudir no palco? Tem que tocar sem fazer pose, como os verdadeirtos gênios como os Beatles, Led Zeppelin, Queen e outros.
E punk rock, é claro. É o único estilo sincero no mundo, afinal eles não sabem pora nenhuma de teoria, eles não tem estilo, eles não têm fãs que se vestem parecidos, e os menbros das bandas nem se acham, opu ficam fazendo palhaçadinha no palco.
Los Hermanos é ridículo.

¬¬

Finalmente tinha conseguido me encontrar com ela, já não agüentava mais aquele silêncio ensurdecedor. Ela estava me ignorando desde o dia em que eu me declarei pra ela, e isso estava me matando! Agora lá estávamos nós, um de frente para o outro. Se fosse um filme romântico, estaríamos há alguns minutos nos olhando diretamente nos olhos, e eu pegaria a mão sua no instante de me explicar. Mas não, isso, infelizmente, é a vida real. Quando eu batia os olhos no dela, e aquelas esferas castanhas com branco e preto estavam mirando os meus, imediatamente eu olhava pra qualquer outra coisa que estivesse em volta dela, exceto a própria. E pegar na mão? Nunca.
- Então, você queria falar comigo? - ela me disse, quase que como um desafio.
- Sim, sim. - Nessa hora, todas aquelas coisas que ensaiei, pensei, escrevi, pareciam ridículas demais para serem ditas, então improvisei. - Senti muita falta de ti. Não por te querer como minha namorada. Nem é isso! Mas como minha amiga, caramba. Eu gosto de ti, independente do que tu seja pra mim, entende? E se eu me declarei pra ti, a última coisa que eu queria era que tu se distanciasse de mim! Imaginei que, como tu é.... era, sei lá, minha amiga, ias me entender. Tu era a pessoa que eu achava que melhor me entenderia. Se eu gosto tanto assim de ti, é porque quero estar ainda mais perto de ti, e não mais distante.
- Mas acontece que eu fico nessa situação desconfortável, achando o tempo todo que estou machucando você.
O tom de voz dela tinha melhorado consideravelmente, ela parecia mais amigável, mais como aquela grande amiga que ela sempre foi pra mim.
- E se eu nunca tivesse te dito nada, tudo continuaria na mesma, não?
- Ah, aí nunca se sabe, né? Talvez eu acabasse percebendo e me distaciasse do mesmo jeito.
- Não, porque eu já gosto de ti assim há algum tempo e tu nunca percebeu, nunca mudou. Eu sou o mesmo, tu é a mesma, inclusive nossos sentimentos são os mesmos! Não tem porque tu me evitar. Me odeias agora, por acaso? - me impacientei. A vontade de a ter como amiga e de beijar aquelas bocas finas e rosadas estavam me tirando o raciocínio e pondo o insinto em primeiro plano.
- Não! Não é isso... Eu só não queria machucar você. E nem queria te dar esperançar, porque eu não sinto o mesmo.
- Ora! Era só dizer e pronto. Dói, mas que se dane. Sabe o que eu acho? Essas dores servem para o coração, assim como a musculação para o corpo. Dói, mas faz o coração mais forte.
Não consigo nem me lembrar o que houve depois, só sei que em pouco tempo estávamos rindo e filosofando sobre o mundo, universo e os bichinhos. Eu sempre discordando dela, como de costume, só pra manter a conversa e os sorrisos de indignação.

Sair de casa sozinho simplesmente para aproveitar o restante do pacato azul claro do céu - antes que ele se tornasse o devasso azul marinho - é muito gostoso. Sentar numa pedra coberta por um toldo verde natural, ouvir o barulho da água batendo no meu assento, observar as várias raças de pássaro -brancos, pretos, brancos com preto e vice versa - é uma atividade válida, apesar de solitária.
Toda essa viagem para o lugar em que vivo a vida inteira - tirando, é claro, os intervalos nos quais fui visitar as terras dos visitantes - me faz um mal muito bom.
Definitivamente os humanos não são tubarões brancos. Apesar de querer, e até poder mesmo por um pouco, os humanos não coseguem viver em baixo d'água. Que habilidade incrível essa dos tubarões de respirar de baixo d'água! Ou não respirar, não me importa a explicação científica para tal feito. Já diz Arnaldo Antunes: "Debaixo d'água tudo era mais bonito, mais azul, mais colorido, só faltava respirar. Mas tinha que respirar todo dia!"
Concordo com a ciência quando ela diz que os mamíferos estão mais próximos das aves que dos tubarões. Veja bem, os quatro membros das aves são bem mais explícitos que os dos tubarões brancos, isso se considerarmos a pica da calda do tubarão como dois tímidos membros. Além disso, os tubarões ainda têm como se fossem dois pênis, os humanos machos jamais poderiam ter dois pênis - um já incomoda demais! Apesar de fazer o oposto de incomodar também. Enfim, um só é bastante satisfatório.
Mas o que mais me faz ter certeza que os humanos não são tubarões brancos, é o fato de os humanos não serem solitários. São bem o contrário dos tubarões brancos, na realidade, até se encontram tubarões vivendo em bando, assim como até se encontram humanos vivendo sozinhos (o plural de sozinho é demais!).
Na realidade, não é que a vida solitária seja ruim, mas é mediana, entediante, sem fortes emoções, e há momentos que necessário viver na mediocridade.

Namorar é um RPG. Envolvente, personagens cativantes, trilha sonora fixa, obrigatória jogo emocionante, dá vontade de jogar e chegar até o fim, até o extremo!
Estar solteiro e "pegar a mulherada" é um joguinho de luta, ou de corrida. Tu joga ali, pra se divertir, sem compromisso, a trilha do jogo não se faz necessária, tu pode jogar com o teu aparelho de som ligado. Até dá vontade de chegar no final, ser o melhor, se comprar com os amigos - quem venceu mais, mais rápido, quem sabe mais golpes -, mas é isso.
E namorinho de verão é um "beat 'n' up", aqueles de briga de rua. Tu até te envolve e se identifica com o personagem, mas se quiser escolher um outro, não tem problema! É jogo rápido, intenso, violento. Tem trilha sonora, não tão necessária quanto num RPG, mas mais que em um jogo de luta.
Todos os três casos deixam saudades. Tu te lembra daquele jogo de luta e dá vontade de chamar uns amigos e viver a nostalgia, dar umas porradas, ver quem é o melhor coisa e tal.
O namorinho de verão também dá aquela saudade. Se quiser chamar alguém pra jogar contigo tu chama, se não tu joga ali rapidão as primeiras fases - que são sempre as que mais dão saudades.
Agora, um RPG, pra se jogar de novo tem que ter um preparativo. Às vezes dá tanta saudade que dá vontade de chorar, mas ao invés de querer jogar o mesmo, tu procura um outro. Um novo. Um diferente. Mas mesmo assim, tu até tem vontade de jogar aquele de novo, e até joga, chega ao final de novo tentando fazer melhor que fizesse da outra vez. E a trilha sonora... Ah! A trilha sonora. Quanta saudade! Que músicas lindas! Dá tanta saudade dos personagens e suas músicas temas.
Nenhum é necessariamente melhor que o outro, questão de momento. Há momentos em que se quer passar o tempo, jogar um negocinho rápido, sem se envolver ou sentir muito. Outras vezes dá vontade de jogar um negocinho um pouco mais sério, mas não algo pra se pensar demais ou se incomodar demais. Mas no final das contas sempre dá vontade de se amarrar, e perder 90 horas jogando, que seja, jogando um longo, belo e envolvente RPG.

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